saúde

Depois de quase dois anos fechado, atendimentos começam hoje no Hospital Regional

Dandara Flores Aranguiz


Foto: Gabriel Haesbaert (Diário)/


Os primeiros atendimentos no ambulatório de especialidades em doenças crônicas do Hospital Regional Centro, em Santa Maria, começam na manhã desta segunda-feira. Até a última sexta-feira, pelo menos 10 agendamentos já estavam marcados para o início das atividades. De acordo com o administrador do Hospital Regional, Elvis Prestes, o ambulatório terá capacidade para atender entre 40 e 50 pacientes por dia, encaminhados pela 4ª Coordenadoria Regional de Saúde (4ª CRS). O ambulatório funcionará de segunda a sexta-feira, das 8h às 18h.  

Hospital Regional é inaugurado em Santa Maria

O Hospital Regional será 100% pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e terá capacidade para 253 leitos, segundo consta no plano de trabalho da Secretaria Estadual de Saúde (SES). Para essa primeira fase de funcionamento do ambulatório, a previsão é que sejam atendidos pelo menos 5 mil pacientes - que já estão na fila aguardando por consultas em um sistema de regulação da 4ª CRS.

Como vão funcionar os atendimentos no Hospital Regional a partir desta segunda

- Por mais que seja só um ambulatório, é um marco importante. Evidentemente que a demora incomodou muita gente, eu mesmo estava angustiado. Mas, mais do que uma expectativa, fica o compromisso dos prefeitos da região em dar acompanhamento e fiscalização para poder cuidar, através da regulação, se há o cumprimento de todas as cláusulas contratuais. É um trabalho em conjunto. O que todos nós queremos é o hospital a todo o vapor - diz Jorge Pozzobom, prefeito de Santa Maria.   

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A expectativa, a partir de agora, é que outros serviços passem a funcionar o quanto antes. O segundo ambulatório (com serviços de fisioterapia e reabilitação) deve começar as operações entre 60 e 90 dias, e o terceiro ambulatório deve entrar em funcionamento em até um ano. Só após executado esse cronograma, previsto para ser concluído até julho de 2019, projeta-se que será possível viabilizar as primeiras internações mais complexas. Neste primeiro momento, ninguém será internado no hospital.  

CRÍTICAS

A demora para que, de fato, o complexo atinja 100% de seu potencial é criticada não só pelos pacientes que aguardam por procedimentos na fila do SUS, como também pela área médica da região. Para o delegado do Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul (Cremers) em Santa Maria, João Alberto Larangeira, a abertura parcial do hospital, por ambulatórios, não é suficiente para minimizar os problemas que a cidade enfrenta na saúde.

- O problema de Santa Maria não são consultas, o problema é o atendimento primário. Se você for nos corredores do Hospital Universitário agora, vai entender o que eu estou falando. Há pessoas pelos corredores com dificuldades. Nós sabemos como é que funciona um hospital, eu milito dentro do Husm e faço medicina há 40 anos na cidade. Sabemos bem quais as deficiências que Santa Maria tem, de longa data - afirma Larangeira. 

>> O Diário ouviu representantes de entidades da região para saber o que acham sobre a abertura do ambulatório do Hospital Regional. Confira:

"Já é uma realidade. O hospital tem estrutura para atender muitas outras especialidades, e isso, ao longo do tempo, vai acabar acontecendo, com muita cobrança. Por outro lado, há uma expectativa muito grande dos municípios para que, a partir de agora, desafogue a demanda e diminua consideravelmente todo o deslocamento para tantos outros municípios do Estado, que causam um custo enorme para o município, de tempo, com servidor, de hora extra, de combustível... Vamos torcer para que se concretize tudo aquilo que se sonhou e que o Regional possa atender minimamente às principais demandas da região central do Estado." João Vestena, 2º vice-presidente da Associação dos Municípios da Região Centro (AM-Centro) e prefeito de Júlio de Castilhos  

"Para nós, é a realização de um sonho. A gente lamenta esse atraso todo por interesses políticos e econômicos na época, com os embargos. Mas, mesmo atrasado, é muito importante. Esse começo é importante, é um marco. É o primeiro passo. A gente sabe que não é a plenitude daquilo que nós queremos. Esperamos que, no menor tempo possível, o Instituto de Cardiologia possa dar seguimento e implementação de outros setores que irão desafogar e melhorar o atendimento de leitos e da saúde da região. Grande parte do Estado vai ser beneficiada quando estiver em andamento. Esse é o nosso desejo e nosso anseio." Caio Jordão, presidente do Conselho Regional de Desenvolvimento (Corede) Centro 

"Esse hospital está parado há quase dois anos. Ele tinha que estar funcionando pelo menos em 50%. O problema de Santa Maria não são consultas, o problema é o atendimento primário. Esse seria outro grande hospital público de Santa Maria que está relegado a consultórios de ambulatório para atendimento clínico. Não vai nem de longe resolver ou suavizar a crise que existe no atendimento básico de saúde na cidade. A grande oportunidade seria levarem a sério esse hospital, que foi construído com um gasto muito grande, ao invés de fazer essa inauguração a toque de caixa. Não tenho nenhuma esperança de que, dentro de um ano, esse hospital esteja funcionando, como estão dizendo. Eu falo em hospital funcionando com leitos, com resolutividade, com exames, com cirurgias... Esse é o hospital que Santa Maria precisa, e não é isso que inauguraram sexta." João Alberto Larangeira, delegado do Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul (Cremers) em Santa Maria  


COMO SERÃO OS ATENDIMENTOS NO AMBULATÓRIO DE ESPECIALIDADES
No local, serão tratados pacientes com doenças crônicas - hipertensão e diabetes mellitus

  • Quem será atendido - Pessoas com condições de alto e muito alto risco em hipertensão arterial e diabetes mellitus, da região de cobertura da 4ª Coordenadoria Regional de Saúde (4ª CRS). A previsão é de que 5 mil usuários sejam atendidos no ambulatório neste primeiro momento. Esse quantitativo será acrescido gradualmente, conforme os Serviços de Atenção Primária forem realizando a classificação de risco dos pacientes para o encaminhamento
  • Quem encaminha - É um serviço fechado. Os pacientes deverão estar cadastrados e em atendimento nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs), de acordo com os protocolos estabelecidos. O encaminhamento ao ambulatório será feito pelas equipes de Atenção Primária, por meio da 4ª CRS
  • Profissionais em atuação - Médicos (cardiologista, endocrinologista, angiologista, nefrologista, oftalmologista), enfermeiro, nutricionista, psicólogo, fisioterapeuta, farmacêutico clínico, profissional de educação física, assistente social, equipe de técnicos e apoio operacional. No total, cerca de 70 funcionários contratados e terceirizados atuarão no início das atividades do ambulatório
  • Serviços oferecidos - Exames de apoio de diagnóstico, tomografia, Raio X, eletrocardiograma, ecocardiograma, exames Mapa e Holter, teste ergométrico, ultrassonografia com dopler, fundoscopia, retinografia e fotocoagulação a laser
  • Infraestrutura - 13 salas de consultórios e laboratório de análises clínicas
  • Horário - Das 8h às 18h, de segunda a sexta-feira
  • Atendimento - De acordo com o administrador do Hospital Regional, Elvis Prestes, o ambulatório terá capacidade para atender entre 40 e 50 pacientes por dia, encaminhados pela 4ª CRS

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